
A revista da DC que é escrita por Grant Morrison, desenhada por Frank Quitely e arte-final e colorização de Jamie Grant. Editora Panini.
A DC Comics decide publicar novamente a linha “All-Star”, marca que foi responsável por trazer, em 1940, a primeira super-heroína: a Mulher- Maravilha.
“All-Star: Superman” foi uma publicação de 2004, vencedora do prêmio Eisner Awards nas categorias de “Melhor Nova Série” em 2006, “Melhor Série” em 2007 e 2009. “All-Star” permite que os autores criem suas versões de grandes personagens em histórias novas, com o toque pessoal dos Artistas fora da cronologia que sairia nas bancas.
Esta obra traz uma história definitiva do Herói, com o roteiro de Grant Morrison, desenhos de Frank Quitely, e arte final e colorização de Jamie Grant. Nela, o homem de aço enfrenta algo que seria a princípio impossível: a iminência de sua morte. A série originalmente foi lançada em 12 capítulos, fazendo uma referência aos doze trabalhos de Hércules. Assim, como um personagem mitológico, o protagonista realiza grandes feitos nesses últimos dias de sua vida, sendo relevante para salvar o mundo e deixar seu legado de esperança.
Mas calma! Não é spoiler. Pois, desde o início já fica claro esta condição. Ao salvar astronautas de uma expedição, Superman chega perto demais do Sol, que embora seja fonte de seus poderes, absorve tanta radiação que acaba sobrecarregando suas células, fazendo surgir uma doença terminal, outra referência mitológica ao o voo de Ícaro e sua queda por chegar próximo do astro rei. Mas há outro efeito colateral sobre o herói, deixando-o ainda mais poderoso, até imune a Kriptonita.
Existem muitas outras passagens como, por exemplo, um soro criado pelo Homem de aço que confere super poderes e deixa, por 24 horas, Lois Lane com as habilidades iguais as dele, com a possibilidade de uma empatia real entre os personagens. Aliás, o tema empatia é recorrente na obra por completo, valorizando a relação do Herói com os outros personagens. O quadrinho também apresenta disputas épicas, contra seres mitológicos e de outros planetas.
Em outras situações, ele enfrenta inimigos que refletem seus maiores medos e testam sua capacidade de altruísmo, força de vontade e empatia. E mesmo entre tantos acontecimentos épicos, tantas adversidades de níveis colossais, o Homem de Aço ainda consegue fazer a diferença usando, não apenas os grandes poderes, mas a capacidade de se colocar no lugar do outro e um grande coração. Como ao salvar uma garota que está prestes a cometer suicídio. Em poucos painéis nos é apresentado um trecho emocionante, digno de Superman.
Aqui cabe uma citação importante a um personagem que representa a sua mimesis, Lex Luthor. Entre eles existe uma dicotomia de deus e ser humano, discutida e explorada de maneira extremamente sensível e surpreendente. Nas aparições de Lex Luthor e Clark Kent/Superman, os dois personagens desenvolvem, durante toda a história, indagações interessantes acerca do que cada um tem como visão do outro, tendo aí o Clark Kent como intermediário. Ao final desse processo, o que cada personagem irá realizar será conseqüência das reflexões feitas, isso devido a um texto primoroso, assim como o trabalho artístico.
Uma obra de roteiro de Grant Morrison, que combina muito bem com os desenhos de Frank Quitely, onde é apresentada uma fase ingênua, mas, ao mesmo tempo, convincente e carregada de expressividade e elegância. Clark Kent é mostrado de maneira totalmente diferente do Herói, algo muito parecido com o que o ator Christopher Reeve fez com o personagem em Superman de 1978 - vemos um repórter tímido, atrapalhado, mas que esconde em cada gesto descuidado momentos onde ele pode salvar pessoas, mesmo sem sua capa.
Ao final da revista, você se depara com uma das melhores histórias já contadas do Superman, emocionante e que estabelece a importância do personagem para todos os outros que estão a sua volta, servindo como uma inspiração renascentista das HQs. Além da versão completa de 2012, um encadernado de capa dura em versão com 308 páginas, indico, ao final deste artigo, um bônus para os fãs dos quadrinhos.
Termino esse texto com uma frase dita pelo personagem Jonathan Kent, pai adotivo do Superman. Esta mesma frase, entre aspas, dá início à história em quadrinhos: “ (... ) Se mede alguém não pelo que ele disse, mas pelo que ele faz (...)”.
Assim, fazendo uma ponte com este artigo, ao iniciar a leitura do livro, espero que essa história inspire cada um de vocês a fazer, realizar, agir. Pois a empatia, tão importante na nossa sociedade, deve ser conquistada dentro de nós. Ela não pode ser realizada de modo passivo, só ativamente para que de fato surjam heróis em nós. Que possamos compreender o sentido do altruísmo, então agir e buscar o próximo, e compreender que estamos todos conectados. Parece ser clichê, tanto quanto o próprio conceito do herói Superman.
**** Bônus****
Pra você que leu a matéria até o fim, indico também a incrível animação homônima à revista, de 2016, que nos mostra a história resumida, mas traz a essência da história em quadrinhos. Confira a foto da capa abaixo, e até a próxima.
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