Eventos e notícias

Importantes Pintores Negros da Arte Brasileira e suas obras inestimáveis

20 de Novembro de 2020 às 12:29 - Ribeirão Preto

 

Hoje é Dia da Consciência Negra, data marcante que atua como um lembrete das importantes contribuições de homens e mulheres negras na cultura brasileira, mas que,  em uma sociedade onde o preconceito ainda existe, não são lembrados na medida de seus talentos e feitos.


No contexto artístico não é diferente. Quando você pensa em nomes que participaram da arte brasileira, você lembra de algum artista negro?


As artes plásticas não são costumeiramente associadas à participação da cultura afro no Brasil, que geralmente é lembrada pela música, arquitetura, e também literatura, com nomes de peso como Machado de Assis e Carolina de Jesus. Mas vários artistas negros atuaram com a pintura no país com produções de grandioso valor artístico.


O artista plástico e museólogo, Emanoel Araújo, tem resgatado obras desses artistas desde o centenário da abolição da escravatura, em 1988, através da exposição “A Mão Afro Brasileira”, que teve continuidade por meio da mostra “Negros Pintores”, inaugurada no Museu Afro Brasil (São Paulo), em agosto de 2008.

 

[caption id="attachment_12605" align="alignnone" width="158"] Emanoel Araújo - Fonte: Uol Educação[/caption]

Foram reunidas 140 pinturas de 10 diferentes artistas que atuaram entre a segunda metade do século XIX e início do século XX, período desmerecido pelos estudiosos da arte. Para Araújo, “Durante muito tempo, pouco se sabia sobre esses pintores, pouco se conhecia de sua produção artística". "Na verdade, essas obras ainda surpreendem quando aparecem no mercado de arte". O museólogo lembra "a necessidade de uma política de revisão para resgatar em profundidade essa produção artística" (UOL Educação).

 

Através do trabalho desempenhado por Araújo, esses dez nomes passaram  a integrar a história da arte brasileira. Ainda segundo ele "A vida de cada um deles foi uma interminável batalha, um grande esforço pessoal, de uma tenacidade inimaginável, pela afirmação e reconhecimento de suas obras. O fato de seus nomes permanecerem já credencia a raça negra ao reconhecimento da nação pela sua contribuição à construção da cultura brasileira”.

Ações como essa, atuam para a quebra de preconceitos antigos, que mascaram a presença fundadora de homens e mulheres que participaram ativamente da construção da sociedade brasileira.

 

Confira as mini biografias, divulgadas na plataforma Uol Educação, dos dez nomes resgatados por Emanoel Araújo, e algumas de suas obras de destaque:

 

Arthur Timótheo (1882-1922) Estudou na Casa da Moeda do Rio de Janeiro e, posteriormente, na Escola Nacional de Belas Artes. Foi pintor de paisagens e figuras, destacando-se entre essas nus e retratos. Algumas de suas paisagens impressionam pela textura, pela luminosidade e pela intensidade do colorido. Esteve na Europa onde manteve contatos artísticos que o influenciaram.

 

[caption id="attachment_12585" align="alignnone" width="228"] Arthur Timótheo - Autorretrato (Reprodução fotográfica autoria desconhecida) - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

[caption id="attachment_12586" align="alignnone" width="220"] Arthur Timótheo - Retrato de Menino (Reprodução fotográfica autoria desconhecida) - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

Benedito José Tobias (1894-1963) O artista é mais conhecido pelos pequenos retratos de negros e negras realizados a óleo sobre madeira ou a guache sobre papel, “com maestria e com uma certa tensão expressionista”, segundo avaliação de Emanoel Araujo. Tobias tem obra pouco pesquisada ainda, apesar da qualidade e do empenho do artista em desenvolver a técnica pictórica.

 

[caption id="attachment_12587" align="alignnone" width="194"] Benedito José Tobias - Retato de Mulher - Fonte: Uol Entretenimento[/caption]

 

[caption id="attachment_12588" align="alignnone" width="255"] Benedito José Tobias - Retrato de Homem Negro - Fonte: Uol Entretenimento[/caption]

 

Benedito José de Andrade (1906-1979) Pouco conhecido ainda, o artista paulista realizou obras entre as décadas de 30 e 40. Freqüentou o Liceu de Artes e Ofícios, sendo aluno de Viggiani, Panelli e Enrico Vio. Recebeu vários prêmios e está inserido historicamente numa circunstância de intensa produção artística.

 

[caption id="attachment_12589" align="alignnone" width="300"] Benedito José de Andrade - Galinhas (Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini) - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

[caption id="attachment_12590" align="alignnone" width="300"] Benedito José de Andrade - Vigilância (Reprodução Fotográfica de autoria desconhecida) - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

Emmanuel Zamor (1840-1917) Nasceu em Salvador, mas foi criado nas Europa pelos franceses Pierre Emmanuel Zamor e Rose Neveu, seus pais adotivos. Estudou música e desenho na Europa. Foi pintor e cenógrafo. Freqüentou a Academie Julian, em Paris, anos antes de Tarsila do Amaral. Voltou ao Brasil entre 1860 e 1862, quando parte de suas obras foi destruída em um incêndio no Brasil.

 

[caption id="attachment_12591" align="alignnone" width="188"] Emanuel Zamor - A Roseira do Jardim (Reproduçã Fotográfica de autoria desconhecida) - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

[caption id="attachment_12592" align="alignnone" width="300"] Emanuel Zamor - O Jardim Florido (Reproduçã Fotográfica de autoria desconhecida) - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

Estevão Silva (1845-1891) Foi o primeiro pintor negro a se formar na Academia Imperial de Belas Artes e pode ser considerado um dos melhores pintores de natureza morta do século 19. Realizou igualmente pinturas históricas, religiosas, retratos e alegorias. A crítica ressalta a qualidade das composições do artista, realizadas com prodigalidade de vermelhos, amarelos e verdes.

 

[caption id="attachment_12593" align="alignnone" width="236"] Estêvão Silva - Grumixamas e Jaboticabas (REprodução Fotógrafica de Romulo Fialdini) - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

[caption id="attachment_12594" align="alignnone" width="300"] Estêvão Silva - Natureza Morta (REprodução Fotógrafica de Romulo Fialdini) - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

Firmino Monteiro (1855 – 1888) Nasceu no Rio de Janeiro e teve infância atribulada. Exerceu várias profissões: encadernador, caixeiro e tipógrafo. Cursou a Academia Imperial de Belas Artes, onde foi aluno de Victor Meireles. Sua reputação se deve à pintura histórica e de gênero, mas executou pintura religiosa e principalmente paisagens.

 

[caption id="attachment_12595" align="alignnone" width="300"] Firmino Monteiro - Paisagem de Niterói (Reprodução Fotográfica de Rômulo Fialdini) - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

João Timótheo (1879-1932) Artista de produção numerosa (deixou cerca de 600 obras), iniciou o aprendizado na Casa da Moeda do Rio de Janeiro. Pintor, decorador e gravador, realizou paisagens, retratos, marinhas, pintura histórica e de costumes. Foi aluno de mestres como Rodolfo Amoedo e Zeferino da Costa.

 

[caption id="attachment_12596" align="alignnone" width="300"] João Timóteo da Costa - Casas ( Reprodução fotgráfica de Lamberto Scipioni) - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

[caption id="attachment_12597" align="alignnone" width="171"] João Timóteo da Costa - Retrato ( Reprodução fotgráfica de autoria desconhecida) - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

Horácio Hora (1853-1890) Nasceu em Sergipe, onde fez os primeiros estudos. Viajou à Europa com subsídio do governo imperial. Em Paris, tornou-se freqüentador habitual do Louvre. Ganhou vários prêmios. Especializou-se em retratos, mas o trabalho considerado sua obra prima é a tela “Pery e Cecy”, inspirada na literatura de José de Alencar.

 

[caption id="attachment_12598" align="alignnone" width="208"] Horácio Hora - Peri e Ceci - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

Rafael Pinto Bandeira (1863-1896) Aos 16 anos já estava na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Prematuramente reconhecido, o artista permaneceu por vários anos em Salvador onde foi professor de desenho e paisagismo. É considerado como um dos mais importantes paisagistas e marinhistas do século 19.

 

[caption id="attachment_12599" align="alignnone" width="300"] Rafael Pinto Bandeira - Efeito da Ressaca de 1892, em Niterói (Repdoução Fotográfica desconhecida) - Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

[caption id="attachment_12600" align="alignnone" width="225"] Rafael Pinto Bandeira - Lenhador (Repdoução Fotográfica de Januário Garcia) -Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural[/caption]

 

Wilson Tibério (1923-2005) Nasceu no Rio Grande do Sul e viveu durante longo período em Paris. O distanciamento do país, segundo Emanoel Araujo, o teria levado a pintar repetidamente motivos afro-brasileiros. O artista esteve no Senegal, de onde foi expulso por se envolver num movimento revolucionário. Faleceu na França.

 

[caption id="attachment_12601" align="alignnone" width="204"] Wilson Tibério - Autorretrato - Fonte: Portal Geledés[/caption]

 

[caption id="attachment_12602" align="alignnone" width="300"] Wilson Tibério - Autorretrato - Fonte: Portal Geledés[/caption]

 

 

Referências: 


Matéria Original - https://educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/pintores-negros-contribuicao-negra-a-arte-brasileira.html


Enciclopédia Itaú Cultural - https://enciclopedia.itaucultural.org.br/


Uol Entretenimento - https://entretenimento.uol.com.br/album/negros_pintores_album.htm#fotoNav=6

 

Portal Geledés - https://www.geledes.org.br/wilson-tiberio-a-negritude-de-um-genio-das-artes-plasticas/

 

Conheça os cursos na área de artes plásticas da Bauhaus Brasil: https://escolabauhaus.com.br/fale-conosco

Últimos Eventos

31 de Janeiro de 2025 às 15:24

Noite de autógrafos na Bauhaus Brasil: lançamento da HQ “O Homem do Lado de Fora”, de Laudo Ferreira e Rodrigo Mazer

veja mais
27 de Janeiro de 2025 às 12:51

Bauhaus Brasil participa da Maratona Oficial de Ribeirão Preto

veja mais
16 de Janeiro de 2025 às 19:03

MOSTRA DE TRABALHOS DOS ALUNOS BAUHAUS BRASIL 2025 É INAUGURADA

veja mais