O fotográfo não pode ser tornar mais importante que sua fotografia. Esta é a principal mensagem que tento transmitir, sempre que estou falando desta arte. E a fotógrafa americana Vivian Maier é a síntese deste pensamento.
Nasceu em 1926 em Nova York, mas morou boa parte em Chicago, trabalhando por mais de 40 anos como babá para famílias ricas dessas cidades.
Dedicava seu tempo livre ao que mais amava, a fotografia. Saía muitas vezes sem rumo e buscava capturar a alma da cidade que nunca dorme. Virou ícone no modelo de “Street Photographie”, ou fotografia de rua.
Vivian era uma figura misteriosa, considerada pelos biógrafos, uma mulher independente e liberal. Suas fotografias buscavam confrontar a sociedade em que vivia, em uma época em que o machismo permeava a cultura americana, nas décadas de 1950 e 60. Com sua melhor amiga, uma câmera alemã rolleiflex de duas lentes, tinha como alvo moradores de rua, trabalhadores afro-americanos, mulheres e crianças. Seu estilo lembrava muito o de Cartier-Bresson, outro ícone fotográfo de rua.
Maier era inquieta, mas ao mesmo tempo discreta, parecia invisível ao caminhar pelas ruas de Nova York. Procurava não chamar a atenção como fotógrafa e, talvez por conta disto, conseguiu tão maravilhosamente expor seu tempo em fotografias incômodas.
Vivian conseguiu fazer o que todos nós como fotógrafos almejamos. Deixar nossa fotografia falar por nós.
Somente um ano após sua morte, é que seus mais de 30 mil negativos e rolos de filmes ainda não revelados, foram encontrados por um corretor de imóveis e historiador, em um mercado de pulgas.
Ela viveu toda sua vida despercebida como fotográfa, mas hoje suas fotografias revelam um pouco de sua alma.
Em 2008, Vivian Maier faleceu em uma casa de repouso em Chicago, aos 83 anos. Não foi casada, não teve filhos e nem teve amigos próximos. Os principais estudiosos do trabalho dela a classificam como um ser que desafia as ideias de uma pessoa, uma artista e, especialmente, o que uma mulher deveria ser…alguém bastante livre que gostava de estar à margem, e que viveu a vida que quis viver, desconhecida do mundo que documentou.
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Até mais!
Referências:
https://fhox.com.br/portfolio/fotografia-de-rua-de-vivian-maier/
https://iphotochannel.com.br/fotografia-de-rua-2/a-fotografia-secreta-de-vivian-maier
https://br.pinterest.com/zelbenevides/fotografias-vivian-maier/
