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Figurinhas Bauhaus Brasil - João Filgueiras (Lelé)

29 de Janeiro de 2020 às 16:00 - Ribeirão Preto

Hoje escolhi falar do Lelé, João Filgueiras, que tem um trabalho com grande beleza estética, grande plasticidade, mas que vai além no âmbito da arquitetura sustentável, e isso tem se mostrado cada vez mais importante nos dias de hoje.

João da Gama Filgueiras Lima, conhecido como Lelé, nasceu no Rio de Janeiro em 1932 e faleceu em 2014.

Foi um arquiteto brasileiro que reconheço muito, por sua atuação na arquitetura com o que chamamos de estrutura seca, que são as estruturas pré-moldadas, metálicas, etc.  Trabalhou na época da construção de Brasília e preocupou-se muito com a questão tecnológica. Seu trabalho possui um forte marco sustentável, o que faz dele uma referência da área aqui no Brasil.

Neste sentido, um dos projetos que mais destacam esse profissional é sua participação na construção da rede de hospitais Sarah Kubitschek. Eu tive a oportunidade visitar uma unidade em Brasília, e este e outros hospitais construídos na perspectiva do Lelé são ambientes que aproveitam muito da luz e da ventilação natural, economizando ou até dispensando os aparelhos elétricos responsáveis por essas funções, como ar-condicionado, por exemplo. Essa ampla circulação de ar, aliada a outros fatores da rede de hospitais, se traduzem na inexistência de infecções hospitalares.

O sistema de ventilação dos projetos arquitetônicos desses edifícios conta com um sistema de ventilação que merece nossa atenção por sua eficácia.

O ar nesse sistema entra por galerias de tubulações em subsolo, que funcionam como condutores de ar fresco, o qual passa pelas paredes dos quartos do hospital, ventilando o ambiente e direcionando o ar quente – contaminado – pelas saídas (aberturas zenitais) no telhado com formato de ondas. Isso tudo ocorre de maneira natural, ou seja, o próprio prédio, em sua estrutura, dá conta desse movimento de renovação do ar circulante no ambiente. Genial, não?

É por isso, que quando falamos em arquitetura sustentável e estrutura pré-moldada, o Lelé é referência histórica. Ele é figura também muito importante na área da tecnologia, atuou como diretor do Centro de Tecnologia da Rede Sarah (CTRS). Sua obra se caracteriza pela busca da racionalização e da industrialização, mas sempre fazendo um uso excelente da iluminação e ventilação naturais em seus projetos.

Aqui em Ribeirão Preto, esse arquiteto foi chamado pela prefeitura da cidade para o processo de transferência do terminal rodoviário. Ele chegou a fazer todo o projeto, mas não houve a implementação, que deveria ter ocorrido por volta do ano de 2003, o que foi uma pena. O projeto ficou tão incrível que poderia contar como cartão postal para a metrópole. Ribeirão Preto, sem dúvida, perdeu muito não realizando o projeto idealizado por ele.

Deu pra perceber a importância desse nome para a área, né? É por isso que eu não pude deixar de falar um pouco sobre ele aqui. Espero ter despertado o interesse de vocês para uma arquitetura mais funcional e não só estética, como em geral recebe destaque.

Até o próximo artigo!

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Referências:

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa18200/joao-filgueiras-lima
https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/arquiteto-joao-filgueiras-lima-lele-hospital-rede-sarah-27-10-2009

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