
O necessário isolamento, decorrente da tentativa de prevenção à proliferação do coronavírus, tem se mostrado uma tarefa difícil a nós, sociais por natureza. Nós, que todos os dias, antes da pandemia, saíamos praticamente todos os dias das nossas casas, conversávamos, ríamos, discutíamos, trabalhávamos, abraçávamos, estávamos quase todo o tempo acompanhados por amigos(as), familiares, namorados(as), e não nos dávamos conta da intensidade da presença do outro em nosso cotidiano.
Mas agora, por necessidade, nos isolamos em nossas casas, sozinhos ou com nossos familiares mais próximos. Foi preciso dar uma pausa em nossa convivência social.
E apesar da internet - que nos auxilia nos processos comunicacionais, nos permite estudar e trabalhar à distância (em alguns casos), conversar com nossos familiares por vídeo, saber notícias do resto do mundo - essa convivência pessoal nos faz falta. Somando isso aos tristes relatos do avanço da doença, podemos nos sentir deprimidos, solitários e, por vezes, impacientes.
Nesse cenário, a arte, que muitas vezes na correria do dia-a-dia não encontrava espaço em nosso cotidiano, ou que não percebíamos como integrava quase que invisivelmente nossos dias, aparece como um ponto de apoio.


A Itália, país mais atingido pelo coronavírus até o momento, tem mostrado vários exemplos de como a arte resiste e tem ajudado a raça humana a resistir. Por várias cidades italianas, pessoas saem nas janelas, olham para as outras à distância e cantam em coro a mesma música, como um hino de empatia. Músicos fazem pequenos concertos de suas sacadas. Prédios se tornam grandes telas, onde filmes antigos são projetados.

No Brasil não tem sido diferente. Na cidade de Santos (SP), um DJ promoveu, da sua janela, uma balada improvisada, espalhando sua música na vizinhança.
Aqui em Ribeirão Preto (SP), recentemente aconteceu o festival Live in Casa, evento online com apresentação de vários artistas, com o objetivo de combater o tédio durante os dias de quarentena.
É válido lembrar, ainda, da arte mais cotidiana, livros que nos permitem viajar sem sair de casa, músicas que nos ajudam a relaxar e tornar os dias mais leves, filmes, séries, novelas, a possibilidade de visitas online a museus virtuais. É claro que, nestes casos, devemos nos render à contribuição da tecnologia, mas o fato é que a arte, tão corriqueira aos nossos dias pré pandemia, surge nesse momento como como meio de solidariedade e como forma de expressão de humanidade - sentimento que mesmo à distância, aproxima a todos nós.
Referências:
A Tribuna - https://www.atribuna.com.br/cidades/santos/dj-promove-balada-da-janela-de-apartamento-em-condom%C3%ADnio-de-santos-assista-1.94021
Difusora - https://difusora.thathi.com.br/live-in-casa-ribeirao-acontece-neste-final-de-semana/
G1 Mundo - https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/03/13/de-quarentena-por-novo-coronavirus-moradores-de-cidades-da-italia-cantam-nas-janelas-veja-video.ghtml
Jornal o Globo - https://www.youtube.com/watch?v=COB4mfwn4Zc
Notaterapia - https://www.facebook.com/notaterapia/videos/1549459091887010/UzpfSTEwMDAwNTM5OTI4MDAwODoxMjQ1MDcyMTMyMzQ5NDE4/
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